sexta-feira, 28 de maio de 2010

Cap. 13: Despedidas.

Um dos ep. mais tristes...T.T
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-Kara...-Eu não sabia como tentar dizer alguma coisa.


-Esqueça. Sá. Não digas o que pensas dizer, não sou boa o bastante para ouvir. Por favor apenas pense que foi um acaso e que tudo tem que acabar agora...Bem...Vc tem que partir.- Disse Kara e eu senti lágrimas em meus olhos. Mal sabia de meu passado e já tinha uma sentença. Ir embora.


-Kara... Eu mal acabei de...


-Voce já está comigo faz um ano e 2 meses, talvez agora nossas receptoras devem estar se conhecendo e precisamos fingir que nem se conhecemos, o futuro fará vir de volta o que um dia deixou de existir. Ou talvez existiu...-Kara olhou para janela como se tentasse dizer algo muito duro para ela.


-Por que dizes isso? Por que tenho que partir?- Disse jogando as palavras ao vento, sendo essas minhas últimas, sendo essas palavras de dor que corroíam a alma do ser mais incapaz de sentir...Como Kara achava ser...


Ela pareceu querer acabar com aquilo rápido, talvez para chorar como acontecia comigo naquele exato momento.


-Seu passado logo voltará todo e voce saberá o que eu estou querendo dizer Sá.-Ela disse e pressionou os lábios continuando.- Sá, eu preciso ficar longe de voce antes que voce não me perdoe...


-Kara...Eu...-Tentei,mas ela fez um sinal com a mão mandando eu parar para ela continuar.


-Já cometi erros horríveis eu lhe contei que já. Já fiz coisas ue ninguém faria! Já matei uma amiga querida! Já quase matei... -Ela pressionou os lábios novamente.- Logo serei tentada a cometer esse erro de novo e não poderei resistir em nenhuma ocasião. Trabalhos são...Não...-Ela cortou-se e olhou para o chão. Logo se aproximou de mim em passos lentos e segurou a minha mão direita no qual tinha um pequeno corte de algum tempo atrás...


-Eu ainda farei muitas coisas horríveis, realmente, coisas que lhe são inimagináveis e todos, até voce pensaram que eu mudei ou coisas ilusórias desse tipo, mas Sá, uma coisa que eu não pude prometer a Misu eu lhe prometerei... Sempre estarei do seu lado e sempre estarei a lhe proteger. Sempre.- Kara passou a mão por seu rosto e logo soltou a minha mão.


-Arrume a sua mala Sá.- Ela se virou de costas para mim olhando para a janela. Eu sabia que ela se segurava para não chorar. Eu estava sem ação, não conseguia nem responder a Kara. Corri para o meu quarto e algumas peças de roupa que tinha joguei em uma mochila que tinha no quarto. Era para sempre. Ou pelo menos até quando a eternidade fosse convidativa. Peguei o diário que tinha ganhado de Kara e corri para sala.


-Adeus,- Disse tentando alguma desculpa.


-Vou fingir que nunca nos vimos na vida, nunca mais estarei a lhe encher. Espero que o mesmo valha. -Ela disse e continuou olhando para a janela. Assenti meio inconformada com a nova vida que teria que levar. Abri a porta e olhei-a como última lembrança.


-Para sempre?-Disse depois de um tempo limpando a lágrima que caia dos olhos. Kara então me olhou, suas íris vermelhas e seus olhos também, algumas lágrimas no olho.


-Talvez. -Ela pausou um pouco.- Talvez voce me agradeça no futuro. Talvez essa seja a última vez que nos veremos... O futuro dirá.- Ela olhou para o diário na minha mão.- De verdade eu o li, mas não foi por que quis, apenas por que escrevi uma mensagem nele.- Olhei- o afim de abrir para ler.- Leia depois que estiveres bem longe. Longe demais para se lembrar de mim, longe demais para me ouvir, longe de mais para me ver assim.- Kara sorriu e então eu ameacei fechar a porta.


-Posso te contar as últimas coisa que queria que soubesse antes de ir embora para nada ficar perdido no ar?- Ela perguntou e eu assenti fechando a porta, porém continuando ali parada.


-Em alguns lugares, acho que na maioria voce me conhecerá por um simples nome: Alluka. Poderia dizer que até Killua e Kurapika já devem ter ouvido esse meu nome. -Disse Kara...ou Alluka... -Prefiro que me chame como prefirir. Tanto faz, embora acho que Kara é como a maioria deve me conhecer por enquanto.


-Sim. -Disse atenta a ouvir suas últimas palavras.


-Aquela que te visitava...É uma pessoa conhecida minha, logo saberá quem é...Eu a odeio, mas só voce saberá...-Ela olhou para pensar um pouco.- Só voce como viva saberá que mesmo com tudo eu a odeio e sigo o meu... algum... caminho.- Kara estava um pouco confusa.- Não quero que pense mal de mim.


Sorri.


-Não. Sendo Alluka ou Kara acho que todas já conheci, e perdoo todas por mais ruim que tenha sido o erro que tenha cometido contra mim. -Disse e abri sua mão. Alluka me olhou de soslaio com seus olhos escarlates e eu depositei em sua mão um pingente em forma de coração. -Tinha ganhado da florista, ela disse que era para eu guardar, porém achei a pessoa certa para guardar para mim.- Disse e sorri embora meu coração estivesse apertado e angustiado.


-Sá. Guardas tu.- Disse Kara em tom rude.


-Adeus.- Disse e lhe mandei um beijo tentando parecer alegre, mas estava uma cena estranha, eu tentava sorrir cheia de lágrimas nos olhos.-Se cuida! Cuidado para não me morder na esquina. -Brinquei e minha respiração saiu abafada.


-Adeus. Siga em frente. Sempre.-Disse Kara e eu peguei a minha mochila e meu diário e olhei para o apartamento.


-Viver uma nova vida... Pode ser...-Disse e fechei a porta do apartamento.


Não me lembro por quanto corri, por quanto chorei, por quanto apertei o diário contra o peito. Não me lembro de sentir a chuva me molhando ou de olhar para trás. Apenas de me guiar como as palavras de Kara. Apenas de seguir meu caminho, distanciando do que para mim era a verdade, do que para mim seria a minha vida.


Do que eu teria que esquecer...talvez.


Quando dei por mim estava em uma pousada, se meu dinheiro tinha dado para aquilo? Não sei. Pensei ter sonhado, mas não vi Kara o dia todo que estive na pousada e percebi que era verdade. Então vi meu diário e peguei para ler o que Kara tinha escrito.


Sassá,


Apenas leia, como últimas palavras. Uma simples ilusão minha pensar que voce não lembraria de mim. Eu temia isso. Voce sabe agora. Por favor, me perdooe por tudo, mas eu causei mortes inexplicáveis e voce temeria isso em qualquer hipótese. Eu matei a única pessoa que eu confiava em minha vida e tive um passado inescrupuloso demais para contar-lhe em uma carta.


Criei problemas onde não existia, inclusive. Eu compliquei a sua vida e por mais que eu tenha me arrependido e voce diga que não eu poderia complicar ainda mais. Creio que é melhor viver assim, melhor para todos e ninguém precisa se ferir. Não agora. Espero que entenda que digo isso de coração e que a tormenta e a angustia não lhe consuma como vem me consumindo e que voce possa viver um futuro que, de fato, eu sei que não tenho.


Te amo embora voce possa não acreditar.


Alluka ou Kara se prefirir.


Fechei o meu diário e olhei para as estrelas de qual Gon me falara. Será que naquele momento as estrelas estariam fazendo o que seria de bom grado para todos? Será que as estrelas me olhavam de lá de cima? Será que percebiam meu sofrimento? E se percebiam será que elas poderiam me fazer um favor?


Se pudessem eu só lhes pediria uma única coisa...Se elas podiam...


Apenas interceder. por mim... Apenas guiar-me.


Apenas guiar e interceder por Alluka...


Se fosse possível....









As vezes a vida no faz querer que exista anjos. Talvez não para nos ajudar, mas quem sabe interceder pela pessoa querida.[Sassá & Alluka]

sábado, 15 de maio de 2010

Cap. 12: Estrelas.




Kara sorriu completamente feliz e eu não entendi muito bem. Por um minuto fixei meus olhos nas pessoas ali presentes. Um loiro e uma loira. Um de cabelos pretos ao lado dela. Kara se virou para a janela e a fechou. Virou-se novamente e olhou para baixo.

Uma respiração muito forte fez eu perceber que Kurapika estava ali. Seus olhos vermelhos e de alguma forma eu sabia que sentia um formigamento nos olhos, meio estranho. Kara olhou-me.

-Desculpe entrar assim, apenas fiquei preocupada com Sá.- Por algum motivo tive certeza que era aquela uma desculpa esfarrapada.

-Tens certeza?- A voz ecoou por toda a sala. Kurapika olhou rapidamente para a porta e novamente para Kara. Kara sorriu e eu vi Killua de repente ao seu lado de braços cruzados.

-Olá.- Disse Kara e um sorriso falso brotou em seus lábios.

-Olá.- Disse Killua em tom rude e seu olhar fixou-se em mim. Não entendi muito bem, mas Kara apenas assentiu dizendo algo como ‘está sabendo’.

-Não entendo.- Disse e por um minuto os olhares voltaram-se a mim.- O que está acontecendo aqui?

E então uma dormência me veio nas pernas de forma que me fizeram cair, como se o obscuro da alma me engolisse junto ao vácuo. Era como se a pequenez do meu ser pudesse ser englobada por algo menor ainda.

E então tudo passou de um relance...

Kurapika corria em direção a porta para fechar. O de cabelos pretos avançava em mim. Killua tentou dar um soco no rosto de Kara que esquivou. Gon apareceu e a loira partiu ao seu encontro. Kurapika foi lutar contra o de cabelos loiros.

E então tudo voltou ao normal.

-Acho melhor pararmos com isso, apenas quero levar Sassá de volta para casa.- Bradou Kara.

-Não creio em suas palavras mal ditas.- Disse Killua e juntou as mãos que pareceram dar circuito.

-Não creia. Basta Sassá para crer.

E eu me vi naquela encruzilhada, momento de destruição.

-Se você pudesse pedir para eles saírem de minha casa, eu agradeceria e poderíamos conversar formalmente no Central Park. –Disse Kurapika e me olhou.

Todos desapareceram sem deixar vestígio e Killua por sua vez nervoso desapareceu e no mesmo tempo a lâmpada da sala cai. Estávamos sem luz. E killua nervoso.
Seguimos para o Central Park, enquanto eu fingia brincar no balanço com Gon, eu aproveitava meus ouvidos para escutar o que Kara conversava com Kurapika, embora a conversa não me agradasse.

-Quais sãos os seus planos?- perguntou Kara em seu tom extremamente baixo.
-Esperaria que você me respondesse.- Bradou Kurapika.

-Minha amiga, preciso cuidar dela.-Kara sorriu.

-Sério? Então o que me diz de...?- Kurapika se próprio cortou e percebi que ia olhar para mim nesse exato momento. Fingi dizer para o Gon por que as estrelas não apareciam naquele exato momento, porém ele mesmo tirou minhas concentrações.

-Por que elas são únicas. Iluminam a hora em que nosso corações mais precisam de iluminação.

Fiquei sem ação naquele momento. Gon tinha tirado até minhas forças para falar. Meu chão não estava ao alcance.

-Por que achas isso?- Perguntei ao mesmo tempo em que engolia seco.
-Por que minha tia me disse. Talvez as pessoas que mais amamos, aquelas que estão mortas estejam nos olhando como estrelas, esperando que as olhemos e possamos perceber que um dia podemos brilhar como todas elas brilham.

Eu estava sem palavras.

-Gon. –Foi a última coisa que ouvi Kara dizer.

Kurapika conversou algo com Kara q nem eu consegui saber o que era. Tentava saber o que era, porém nada ajudava nessa ocasião. Gon tinha me pegado de surpresa. Eu nunca sabia que o Gon pensava assim...

Kara me levou para o seu apartamento e eu bombardeei-a de perguntas.

-Por que o espelho se quebrou?

-Para eu desaparecer sem você perceber.

-Por que você queria desaparecer sem eu ver?

-Porque eu precisava averiguar coisas.

-O que você precisava averiguar?

-Pessoas.

-Que pessoas?

-Pessoas.

-Por que?

-Por que sim.

-Por que sim não é resposta.

-Respostas não precisam ser completas.

-Precisam sim.

-Continue Sassá.-Ela cortou.

E Kara respondia enquanto limpava a sua espada. Porém teve uma hora que eu não tinha mais perguntas, além de por que aquelas pessoas. Resposta: Tinha saído com ele e eles me acompanharam. Mas eu não conseguia ter confiança em sua resposta, o que me fez ficar quieta. Dessa vez fora ela que me perguntou:

-O que aconteceu realmente no apartamento do Kurapika?

Me lembrei então que tinha tido uma lembrança, meio incomum, mas uma lembrança. Eu não queria contar, por que era meio estranho pensar nela. Kara apenas me olhou como se entendesse e então assentiu.

-Foi boa?- Ela perguntou já sabendo o que tinha acontecido.

-Foi.- Disse e ela olhou para baixo. Tinha algo na minha vid que tinha sido ruim. Kara apenas respondera que sim.

-O que tem de ruim? O que aconteceu?- Perguntei tentando retirar algo dela.
E então eu vi uma arvore de flores brancas. Muito bonita. Alguém estava sentada nela. Me aproximei.

-Quem é você?-Perguntei.

-Por que saber? Em pouco tempo ninguém mais saberá quem eu sou. –A garota olhou para baixo.

-Como assim? –Perguntei sem entender.

-Esquece Princesa. Seu criado vem vindo aí. Me esquece, dói menos para todos.- Ela disse e eu senti lágrimas nos olhos.

-Já tive que esquecer de muita gente para esquecer do meu povo. Todo aqui são importantes para mim, são estrelas do meu céu. Nunca sei quantas ao todo são, mas sei que estão ali e se eu pudesse passaria a noite todas confortando-as.

-Você não pode confortar todos.- Ralhou a garota.

-Tem razão, mas o máximo que eu puder já vale a pena.

A garota ficou perplexa, não sabia o que fazer a respeito. Olhei –a e sorri.

-Se cuida.- Sai correndo.

E a lembrança acabou.

-Aconteceu algo?- Perguntou Kara se levantando do sofá segurando a espada. Limpei as lágrimas que caiam.

-Kara.- Disse por um segundo. Kara estava perplexa. Eu devia estar muito branca ou algo do tipo. Ela não falava nada.

-Eu lembro de você.- Disse.

Kara deixou a espada pesada cair no chão.


Voce pode tentar fugir, mas nunca se livrará. [lilith]

O que achou?