domingo, 6 de dezembro de 2009

Cap. 3 Encontros Abalados.





Por essa eu não esperava. O garoto era procurado e era o meu amigo. Kara sumiu por três dias e não mais voltou e ainda para piorar Flávia aparecia e desaparecia no apartamento para conversar comigo. Isso realmente estava ficando estranho, além de que um monte de gente daquela cidade ou lutava ou tinha um poder em especial. O que faltava agora?

O mundo estava o mais complicado possível, além de quem eu já contava os dias para falar com o Kurapika sobre isso, queria tirar as conclusões.

Um dia enfim, depois de quase seis meses sem ver Kurapika um dia porventura lá estava eu sentada numa pracinha contando quantos minutos perdidos eu já tinha ali, Kurapika apareceu sentando ao meu lado. Usava uma roupa vermelha, o que cai entre nós era lindo. Após sentar ele me olha e diz:

-Desculpe a demora,e desculpe- me mais uma vez, só ficarei por aqui por dois dias, vim lhe visitar.

Olhei aquele sorriso lindo. Eu não teria coragem, infelizmente não dava, eu não poderia fazer aquela pergunta logo ali. Respirei fundo tentando me acalmar e assim disse:

-Posso lhe fazer uma pergunta, sem querer?

-Claro!-Ele disse.

-Você está sendo procurado por um tal de Ryodan? Você mentiu esse tempo todo para mim?

Ele ficou surpreso e se levantou do banco da pracinha.

-Quem lhe disse isso? Como você sabe sobre o Genei Ryodan?

-Uma amiga me contou, ela disse que você está sendo procurado por esses policiais.

-Primeiro Sá!-Ele se ajoelhou segurando minhas mãos. O olhei nos olhos - Eu não estou sendo procurado. Eu não estou lhe mentindo, apenas lhe omitindo, você não precisa ficar sabendo das minhas obrigações,do meu dever, e principalmente isso é melhor para que você não se machuque...O que você precisa ficar sabendo é que o que essa mulher disse é mentira, e acredite, eu estarei aqui sempre lhe protegendo.

- Por que então você precisa ir?-Perguntei triste.

-Não quero lhe machucar, mas eu preciso seguir a minha vida e você a sua... -Ele beija a minha testa me olhando docemente nos olhos. Sorri e lhe dou um beijo no rosto saindo do local.

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Fazia um tempo depois daquele dia que eu não o via. Era quase meia - noite e Kara não estava no apartamento, o que era certo, já que ela quase nunca estava. “Flávia” apareceu mais uma vez, sendo que dessa vez ela começou com uma única frase:

-Nunca mais nos veremos, essa é a última vez.

Pensei em perguntar o porquê, mas ela olhou para a lua (era lua cheia) e sentou na minha “cama emprestada” dizendo:

-A lua é tão linda... Ela é sombria e ao mesmo tempo romântica, ela é apavorante e ao mesmo tempo confortante... -Ela perdeu as suas palavras no ar.

-É... -Olhei para a lua. Será que eu já tinha visto uma lua assim?-E quando pensei nisso senti como se meus olhos pulassem do meu rosto, o fecho com força, abrindo-os. Flávia me olha dando um sorriso sínico. Aproxima-se de mim e então diz:

-Vejo que você herdou o tão precioso olhos vermelhos de seu pai... -Ela tocou a mão de unhas grandes e vermelhas em meu rosto. A olhei sem palavras. - E ainda consegui os ver na minha querida lua cheia? Acho q você se parece muito com os meus filhos, sendo que a diferença deles para você é que... -Ela aproxima seus lábios vermelhos de batom de meu ouvido e em tom bem mais baixo ela comenta – Nasceu um pouco mais assim.

-Como assim?-Perguntei enquanto me distanciava dela sentando no sofá.

-Hm... -Ela se aproxima em segundos de mim e aperta os meus lábios enquanto dizia- Você tem uma amiga muito em especial, além de que um sangue muito bom.

Me distanciei mais uma vez, dessa vez indo para a cozinha e pegando uma faca. Apenas a escutei dizendo no meu ouvido:

-Nos encontraremos outra vez, Sassá!-Ela desaparece no ar e Kara abre a porta com força enquanto segurava uma espada ensangüentada de sangue e o rosto cheio de sujeira. Não consegui, desabei no chão da cozinha, deixando a faca cair de minhas mãos. Kara pega e coloca no lugar olhando para a janela e dizendo:

-O “jeito” é meu, e se tocar vai ver!

Não entendi muito bem, estava muito abalada até para entender, o que mais tarde eu entendi. Eu queria entender o porquê ela se referiu a Kara como uma “amiga em especial” de bom sangue. Perguntei para Kara e ela disse que Flávia não se referia a ela, por que Flávia “não chegaria perto” dela já que ela não tinha sangue de cheiro bom, já que não era uma humana.
Peraí? Foi isso que eu ouvi? Assustada me distanciei de Kara a qual me olhou entediada e pegou a faca da cozinha se cortando.

-Ela quis se referir ao seu corpo terrestre.

-Kara, eu não estou entendendo. -Disse.

Nervosa, Kara me empurrou até a parede me prendendo pelo pescoço, já estava ficando roxa quando ela decidiu falar:

-Como EU você TEM um corpo na terra, e não me faça mais perguntas. Por que se não eu te mato! E no sentido literal da palavra!-Ela me solta. E enquanto eu tentava recuperar o ar perdido ela se trancava no quarto para não mais sair.

Aquele dia tinha sido horrível e assim deitei no chão da cozinha fechando os olhos. Para dormir, para fugir de minha realidade, para ser feliz em outra que quem sabe seria bem melhor do que aquela.



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