terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Cap. 5 A voz do coração.




-Você não devia ter fugido do seu destino, você não devia ter fugido daqui.- Uma figura de cabelos escuros falava comigo. Seus olhos profundos e negros, uma cruz de cabeça para baixo em sua testa, uma capa majestosa nos ombros.

-Do que você está falando? –Perguntei me aproximando da estranha figura. Ele se distancia.

-Você está fugindo do que foi programado para você.

-E o que foi programado para mim?-Tentei.

-Não posso dizer. –Ele se distanciou mais.

-Para onde você está indo?-Perguntei tentando me aproximar dele.

-Preciso ir. –Ele disse.

-Ei!-Chamei e sorri. Ele estremeceu um pouco.

-O que foi?

-Qual é o seu nome?

Ele me olhou por um estante e sorriu virando- se de costas para mim e andando. Tentei correr atrás dele pedindo para ele me dizer qual era o nome dele, mas ele não pronunciava uma palavra se quer.

-Pra que quer saber? –Ele perguntou depois de um tempo.

-Por favor. –pedi. Eu não sabia por que queria saber o nome dele, mas eu pedia, completei - um nome pelo qual eu possa te chamar...

Ele pensou por um instante. Estávamos em um sonho, era para se pronunciar.

-Trevs! –Ele disse e continuou a andar.

-É o seu nome? –Perguntei.

-Não sei. Você pediu um nome, mas não disse para falar se era ou não verdadeiro.
Ok, eu estava no meu sonho e um garoto que eu nem conheço conseguiu me pegar nele próprio. Que inteligência não? Ele desaparece, como toda a floresta em volta de nós, tudo vai perdendo vida, ficando preto, e de repente vejo uma luz, ali estava Kurapika, ele estava sério e balançou a cabeça negativamente quando me viu. Ele foi desaparecendo e eu corri atrás dele... Tentando lhe achar... Tentando acreditar q ele não fugia de mim...

E de repente tudo volta a ficar escuro. O escuro que eu conhecia. Não queria que aquilo fosse uma amostra de que eu estava perdida. Outra luz e uma garota aparece. Os cabelos meio castanhos, os olhos escuros. Ela estava em frente a um troço que soltava muita luz e que fazia um barulho estridente. Kara já tinha me falado daquilo, qual era o nome daquilo mesmo?

Ignorei, não ia adiantar saber. Ela se levanta do troço ,a luz deste apaga, acho q era como uma estrela. Quando uma estrela apaga e não se tem o que procurar...

O que procurar... Eu me lembrei de que estava procurando Kurapika e que ele estava por algum espaço dali... Corri e tropecei em algo, Era Kurapika, ele sorriu para mim e logo se transformou em Flávia... E ela ria de mim...




-Sassá?-A voz de Kara pairou sobre os meus sonhos e eu me controlei voltando para o mundo normal.

Olhei o rosto de Kara, ela estava com um ar de preocupação. Senti os meus olhos novamente pularem da órbita e o fecho rapidamente tentando me controlar. Aquilo de novo não, eu sabia o que era, e eles eram tudo q eu odiava fora Flávia.

-Sassá?-Chamou Kara novamente. Consegui controlar meus olhos e os abri vagarosamente.

-Sim.

-Você tem certeza que está bem?- Kara se senta ao meu lado. Assenti. Eu não podia contá-la sobre meus olhos. Seria pior q contar que tenho uma doença.

-Sim. Já é de manhã? –Pergunto.

-Sim. -Diz ela e sorri.

-Você vai me contar?-perguntei eufórica. Ela negou. Fiquei sem entender, por que não?
-Agora não, eu te acordei por que trouxe um presente para você.

-Presente? –Perguntei estranhando um presente por parte de Kara. Ela me entrega um pequeno embrulho em papel dourado, era do tamanho de minha mão, um pouco maior.

-Posso?

Ela assenti. Rasgo o papel com força e vejo um condecorado caderno rosa com corações. Ao abrir podia ver que as páginas eram de cores diferentes e tinha espaço para colar foto entre essas coisas. Sorri sem saber o sentindo ou o que era aquilo.

Kara pos a responder.

-Se chama Diário, aí você conta os segredos cujo quais você confia em si própria para contar.

-Legal. –Murmuro não me sentindo confortável por contar coisas ao meu diário.
-E isso é um cadeado e serve para trancar o diário.

Fiquei um pouco mais alegre, não era qualquer um que conseguiria o abrir. Fora Kara.
Um trovão. Começara a chover. Senti o cheiro de brisas e de orvalho, alguém se aproximava e de repente, como num sonho eu comecei a ver:

Era o mesmo garoto do sonho. Ele estava se aproximando de nosso apartamento. Ele estava próximo e não ia demorar. O que ele queria?

Seus olhos brilhavam no céu nublado do dia, era ele Trevs.

Engoli seco e a visão mudou. Eu o vi e eu sangrando no meio da sala e Kara olhando de uma forma estranha para ele. Ela não me ajudava. Eu tentava gritar e ela não escutava.

-Flávia não disse para você se meter nos nossos planos.

Flávia estava naquele meio? Ele a ajudava?

-Não estou a mando dela. Eu não obedeço ninguém a não ser eu mesmo.

Kara ri um pouco e seus olhos parecem ter um tom assassino. Aquela não é a Kara que eu conheço, ela parece mais uma... Uma... Flávia.

Kara olha para mim e ri.


Quando fui ver consegui acordar de meu pesadelo e comecei a correr, tinha que parar Trevs aquela espécie de sonho não podia acontecer.

Abri a porta de lá e sai correndo. Preferi ir pela escada, e tenho um choque com Trevs.

Ele está na minha frente. Ele está me olhando. Ele quer dizer alguma coisa. Eu tenho que esperar. Eu o olho nos olhos e ele parece que conta uma mentira no olhar.

-Sassá... Você está bem?-Ele pergunta.

-Como você me conhece? –Pergunto ainda não me soltando de seus braços.

-É uma longa história. Não acho que queiras escutar...

-Quero sim!^^ -Disse e ele sorriu.

-Não, você não vai querer. –Ele me segurou cuidadosamente me levantando um pouco e colocando um degrau acima dele. Não, a minha visão estava errada. Ele me conhecia e por algum motivo eu sentia que o conhecia a muito tempo.

-Trevs, o que fazes aqui? –Perguntei sorrindo.

-Vim visitar uma velha amiga, mas na sabia que ia te encontrar aqui, Sassá.
Fico sem jeito enquanto ele se balança pelos calcanhares. Após algum tempo de segundo...

-É...

-Sim... -Digo.

-Posso?-Ele pergunta, mas sem saber ao certo o que ele queria dizer, digo “Sim”. Ele me segura nos braços de novo colocando-me um pouco para o lado da parede, me despertei e tentei voltar para o apartamento de Kara. Ele estava um degrau abaixo de mim, pertos de mais para negar qualquer coisa.

Trevs estava ali, eu não sabia como reagir, Ele sorriu um pouco. Eu me lembrei que não o conhecia, mas aquilo parecia não importar naquele momento. Ele deu um passo mais a frente e tocou de leve meus lábios.

E foi leve, ele me olhou nos olhos, o sorriso brilhando, a chuva e seu barulho que naquela hora tinham um barulho maravilhoso. Ele encostou seus lábios nos meus novamente, dessa vez por um pouco mais tempo. E com um estridente barulho de trovão ele me encostou na parede me beijando. Ali estava ele, eu me perdia ali. Não por que aquele era o meu primeiro beijo- por que não era- mas por que aquele era o primeiro beijo em que quem eu beijava não tinha medo de se perder na minha boca.

Ele parou e saiu andando.




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