sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Cap. 6 Há ainda uma dor que parte a alma.




Naquele dia andei até um parquinho. Novamente Kara não estava em casa e eu me aproveitei dessa situação. Meu pequeno mundo pacato resumido aquilo esperava incansavelmente uma luz a qual eu não identificava.

-Você aqui?- Ouço e vejo que é Trevs, Ele se sentou ao meu lado. E o mundo naquele estante foge do meu controle.

Ele tem uma faca atrás de si nas mãos. Ele está ali a mando de alguém para me matar.
Não tem como fugir do destino. Ele sorriu. E o meu sonho acabou.


Eu não hesitei. Pulei por cima dele e peguei a faca. Dessa vez, de fato, se tinha uma faca em sua mão, ele tentou se desculpar, mas eu me levantei com força. Ele começou a correr atrás de mim e eu me vi cercada por um grupo de cinco pessoas. Estava perdida, não havia chances.

Eu pedia para Kurapika estar lá.

-O destino não se programou da maneira certa.

Trevs desapareceu. Quem tinha dito aquilo? O que fora tudo aquilo? Estava perdido no Park Center. Eu era um alvo fácil. O ponteiro marcou meia-noite na catedral e eu tentei correr, entrei em um beco escuro, tropecei várias vezes até me aproximar de um troço pontiagudo e novamente cair dessa vez arranhando o braço.

Um monte de pessoas saíram dos lugares mais impossíveis dali, todos estavam a minha volta. Um deles se destaca por ser de um branco que na luz da lua até poderiam confundi-lo com a luz da lua. Ele tinha os cabelos castanhos e os olhos vermelhos sangue, sua face inescrupulosa e seu jeito me davam nojo. Ele se aproximou vagamente de mim, os seus lábios próximos de meu ouvido.

-O que será que uma garotinha com o cheiro tão bom faz na ala dos vampiros?

Engoli seco. Aquela era uma ala especializada? E eu sangrando. Apertei os olhos com força e senti um desconforto percorrer a minha espinha, meus olhos novamente pulam da órbita, eu estou ali com os meus olhos vermelhos, o meu corpo parece não me obedecer, parece ter vida própria.

-Ora, Ora, Você também tem olhos vermelhos? –Todos começam a fazer piadinhas sem gosto e eu sinto um formigamento na minha mão. Eu sei por que, mas não posso deixar o meu corpo reagir contra mim.

-Ih chefe parece que a garota não liga para você.

O chefe mandou ele se calar e ele sorriu para mim. Não consegui me segurar, tudo se revoltou contra e eu enchi a cara do homem com um soco que o fez cair no chão e se levantar um pouco tonto ajeitando o maxilar.

-Ora, ora, você tem uma força interessante, garotinha. Mas acho que já acabou a sua hora! –o homem parece triunfante. Ele ia me acertar em cheio, mas seus atos pareciam estar em câmera lenta, eu lhe dou um chute saindo correndo. Sabia que iam me alcançar e sabia que poderia achar Kara se tivesse sorte. Se eu tivesse.

-Você foi bem, agora deixa que o resto eu faço.-Kara me olha e sai correndo. Sim, Kara não tinha medo de vampiros, talvez fosse um, não saberia dizer... Mas ela não tinha medo como no meu sonho.

Tirei da bolsa que estava nas minhas costas o pequeno diário que Kara tinha me dado. Não confiava nele para contar as coisas que me eram segredos, mas para não ficar feio comecei a contar o que se passava nos meus dias, entre aspas.

25/ 09

Hoje é o dia, tenho que saber a verdade que me escondem a verdade que nem Kara me conta. Que tal perguntar a Trevs?.

Eu sabia que aquilo era uma tremenda mentira e sabia também que Kara acabaria lendo aquela mentira e não sei dizer, mas acreditando provavelmente. Decidi continuar com esta.

Mas a verdade é que eu não estou com nenhuma sorte, isso mesmo diário, fui perseguida por uns vampiros e de alguma forma consegui me defender. São minhas artes marciais fluindo em minha pele!Ok estou exagerando.

Com certeza uma mentira deslavada, mas a verdade ali, nunca.

Kara apareceu e lutou contra eles. Ela está vindo, tenho que fechar. Bjs.

Realmente desinteressante. Kara olhou para o diário por um instante e comentou:
-Escrevendo no diário?

-Acho que sim. É assim que fazemos não é? –perguntei numa naturalidade horrível. Sim, eu sabia mentir e não sabia (O.o)

-Hum. -Kara me acompanha até o apartamento o qual ela diz para eu esperar no centro da sala. Ela foi buscar velas e as coloca no meio de nós duas.

-Você quer a verdade? Pois bem, você terá. - Kara esparrama a vela no chão. Tudo começa a pegar fogo.

-SUA LOUCA! COMO VAMOS FICAR AQUI?

-Fácil. Pegue sua mala, estamos saindo daqui, que tal darmos uma visitinha a uma pessoa especial?

Não me interessei em saber quem era só assenti e sai correndo pegando a minha mala. Andamos não sei quantos km e ela me acompanhou num barco, chegamos a uma cidade estranha. Cheia de árvores e flores, um calor de escaldar para completar a situação.

Ela riu da minha cara.

-Bem vinda a Ilha da Baleia.

-a Ilha de o que? –disse enquanto apreciava aquele local diferente.

-Ilha da Baleia. -Ela repetiu.

O barco mal parou e eu o pulei saindo correndo, Kara teve que ficar para pagar e pegar as malas, e acho que ela ficou muito nervosa por eu ter “fugido” dela. Não tenho culpa se ela demora.

As pessoas daquela cidade estavam muito ocupadas para prestar atenção em mim e eu só vou prestar atenção nelas quando vejo de relance um rosto. Eu conheço aquele rosto. Eu já o vi. Ele está perto. Ele está se aproximando.

-Que prazer em vê-lo Ryuu, pensei que tinha morrido na sua última caçada no País do Hausto. - Kara aparece e Ryuu a cumprimenta com a cabeça Ela faz o mesmo.

-Não, não. O meu pai está com alguns negócios aqui. Veio visitá-lo? –Ele perguntou.
Ela me olhou.

-Sim, vim. Pode fazer um favor para mim meu caro Ryuu?- Perguntou Kara. Provavelmente era para me olhar, do jeito que eu só me metia em perigos não era de se imaginar por que ela pedia isso.

-Sim. -Ele disse e revirou os olhos. Ela saiu vitoriosa e foi para algum lugar comprimido daquela cidade.

-E aí? –perguntou Ryuu e se sentou ao meu lado.

-E aí. –Respondi.

-Gosta de se divertir?

-Há-há falou com a pessoa certa. –Disse.

-Eu acho q você não me entendeu muito bem Miss Sassá. –Ele disse e sorriu agradavelmente.

-Como assim? –Perguntei assustada.

Ele tocou de leve o meu queixo e passou o dedo pela minha bochecha.

-Duvido que você acerte onde eu estou. -Ele começou a correr.
Há-há. Um garoto da minha idade que ainda corre? Impossível não? Sai correndo atrás dele. Aliás, onde ele tinha se metido eu nem fazia idéia.

-Ryuu? –Gritei tentando encontrá-lo.

-Ra!-Ele disse e me jogou no chão caindo comigo.

-ótimo Ryuu, acabei de descobrir o que posso fazer com A minha perna, matá-la!
Ele riu um pouco e passou o dedo pela minha bochecha.

-Desculpe Sá. Meu pai iriam me matar se soubessem que eu estou com uma... Uma... -Ele não tinha palavras para falar a mim.

-Uma...?-perguntei.

-Uma humana!-Ele respondeu, olhando para baixo.
Percebi onde tinha me metido.

Numa tremenda confusão.

Demorei para entender que Ryuu não era um humano, mas como Kara alguma coisa realmente estranha. Eles eram algo que eu nem fazia idéia. Ryuu pairou seu olhar por um gavião que rondava perto de nós. Ele se levantou ligeiro.

-Desculpe Sá. Eu preciso ir. Vejo você por aí.

-Espere, Se você não é um humano o que você...

Não consegui terminar. Ryuu correu por algum lugar daquela cidade. Fiquei ali parada sem fazer nada. Não que isso fosse ruim. Peguei o diário novamente e passei a mão pela folha que eu tinha escrito. Era áspero. A folha rosa cheia de corações brilhava a cor preta da caneta. Comecei a desenhar corações e tive uma pequena idéia. Fui para a última folha.

Aqui estou eu, tentando entender uma vida absurda, perguntas pairam sobre a minha cabeça. O que eu sou? O que Kara é? O que todos que me rondam são? Por que a maioria das perguntas que eu faço não tem resposta?

Quem é Kara?

Risquei a pergunta. Não era uma pergunta que o diário pudesse me responder, só ela. Mas como tocar naquele assunto?

-Sassá? –Chamou Kara e eu fechei o diário correndo jogando o dentro da mochila.

-Sim. –Disse ao ver Kara atrás de mim. Ela estava séria e Kurapika estava atrás dela.

-Acho que você já sabe por que eu te chamo. –Kara deu espaço e Kurapika seguiu até

mim. Levantei-me e distanciei-me. Algo me dizia que aquele não era o Kurapika verdadeiro. Não é ele. É só uma farsa, uma ilusão. (O que era ilusão?). Grite, antes que seja tarde. Faça Sá.

Não sabia dizer se era o meu pensamento ou uma voz do além. Mas realmente aquela voz dizia uma coisa coerente, algo que eu também achava. Pus- me a gritar.

-Ele não é o Kurapika. Kara você acreditou nele?

Kara sorriu vitoriosa levantando a cabeça. A pessoa que não era Kurapika se transformou de volta, era Ryuu, por que ele fazia aquilo?

-Por quê? –Perguntei assustada dando dois passos para trás.

-Não foi por que eu queria. –Ele disse e Kara pegou minha mão seguindo comigo. Me soltei com um pouco de dificuldade.

-Para onde você está me levando?- perguntei e ela me fitou.

-Ora, você não precisa ficar sabendo por onde vamos, apenas venha comigo. Preciso te mostrar algumas coisas. –Ela tentou pegar minha mão novamente. Dei um passo para trás.

-Não!-Disse alto. –Eu não vou com você. Não sei para onde vou e nem sei se você realmente é a Kara.

Kara revirou os olhos e tirou as duas espadas das costas.

-Sá. Vamos logo, eles estão nos esperando, se você demorar mais um pouco é capaz de vir te buscar. -Ela disse séria.

-Eu não ligo. –Disse.

Kara deu uma gargalhada e seus olhos mudaram de cor e voltaram ao normal.

-Hoje eu não estou muito bem para discutir com você Sá. Vamos logo, ou realmente está esperando o seu príncipe encantado te levar?

Engoli seco, mas não me mexei.

-Kara cortou o chão com as duas espadas. Estava nervosa.

-Vamos logo Sá. -Ela disse.

-Vamos, venha Sá. – Ryuu me estendeu a mão.

-Eu já disse que não vou. Não confio mais em vocês para seguir. Eu não sei nada da vida de vocês e vocês sabem tudo da minha. –Disse nervosa.

Kara deu mais uma gargalhada.

-Sério Sá?

Assenti.

-Não é o que parece...

-Calma... - Disse Ryuu para Kara.

Kara virou a cabeça na direção dele.

-Não se meta. - Disse entre dentes e logo após virando-se para mim.

-Você pensa que me engana Sá, mas não, você não me engana. Eu sei que você esconde muita coisa de mim, claro que sei muitas delas, mas sei que escondes. Sei as perguntas que tenta saber.

-Mas isso não tem nada haver. Você sabe mais coisa sobre mim do que eu de você.

-Sério Sá? Então vamos lá... Eu não sabia que você já sabia de seus olhos.
Engoli seco.

-Você não precisa ficar sabendo de meus olhos, mas sobre você. Por que você tem uma força extraordinária e uma velocidade incrível?

-Você tem certeza que no fundo de seu coração você não sabe Sá? Você sabe muito... Lembre- se disso. Sabe o que eu sou?

- Contando o que não devia minha cara? –Perguntou um loiro que apareceu de repente. Estava com uma mão no pescoço de Kara que tirou sua mão ferozmente.

-Não, sabes que não sou como és tu. - Kara deu um sorrisinho irônico e o loiro desapareceu e quando fui perceber ele estava com uma mão no meu pescoço.

-Ora, Ora, Ora, quem eu encontro aqui. Que honra de sua presença. –Ele disse em meu ouvido e passou a mão pelo meu cabelo. -Nos encontramos depois Kara. E você também minha cara Sá. –Disse o loiro e desapareceu. Kara socou a parede.

-Ryuu leve- a para longe de mim o mais rápido que puder. Agora!!!

-Mas... -Tentou Ryuu.

-Agora Ryuu!! Sabes que não tem muito tempo. Vamos rápido. – Kara estava com a cabeça baixa. Ryuu me estendeu a mão. Hesitei por um estante.

-Kara...?

-Ela vai ficar bem, vamos Sá. Você precisa descansar. - Ele disse carinhosamente e eu segurei a sua mão. Ele me colocou nas suas costas. Antes de correr ele olhou rápido para Kara e eu também. Logo após tudo ficou escuro.


....

Um comentário:

  1. eu qroooooo maaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaais!!! ToT
    uhull! maximus apareceu! u.ú

    ResponderExcluir

O que achou?