quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Cap. 8 Quando voce descobre que vive, descobre que ama.





Ali encontrava- se Kurapika vindo em minha direção. Meu coração disparou de forma que nunca senti antes. Nunca soubera o nome que se dava, mas aquilo se chamava saudade. Eu sentia falta dele.

-Sim. –Disse.

Ele sentou na cadeira que Kara estava.

-Eu tenho uma proposta que você tem que infelizmente aceitar, já que eu sou o responsável por você.

-Como assim?- Perguntei.

-Estou indo para York Shin e

-Já entendi. –Cortei.- Kara tbm ta indo para lá.
Ele pareceu entender fitando o chão.

-Sassá.-Ele chamou mais uma vez.

-Sim.-Disse.

-Há algo que eu preciso lhe contar, claro, se você quiser ouvir.- Ele disse enquanto segurava a minha mão. Perfeito demais para mim, eu ainda era uma criança...

-Sim, pode dizer. –Disse.

-Para onde vamos terá um problema não muito bom, passarei para lá para pensar e tentar arrumar algumas coisas que preciso. Não quero te deixar sozinha aqui, já errei uma vez e fora muito doloroso para errar mais uma vez. Não deixarei isso acontecer.

-O que você está querendo dizer?- Perguntei um pouco confusa, analisando os fatos.

-Nada muito importante. Não terás problema em vir comigo, não?- Ele perguntou.
-Não.- Disse.

Ele pareceu pensar e eu cortei o silencio no quarto.

-Kurapika.

-Sim.

-Como...Como fora o meu passado antes de eu entrar em coma?

Ele olhou para a janela ao seu lado, o sol brilhando mais uma vez. Eu não me lembrara de nada e isso me corroia a alma. Nunca lembraria eu de meu passado tão distante?

-Você irá ganhar alta hoje, aceitaria jantar comigo?- Ele perguntou fitando-me. Corei um pouco lembrando do que tinha dito a Kara.

-E-eu é-é go-gostaria mu-muito.- Disse sentindo minhas bochechas arderem.

Eu nunca tinha sentido aquela sensação antes, como se alguém fizesse cócegas em minha barriga, como se meu corpo flutuasse sobre o mar de forma esplêndida.
Ele sorriu e os seus olhos brilharam azuis nos fleches de luz. Em silencio ele passou a mão na minha testa passando para a bochecha. Aproximando- se lentamente como se tudo fosse em câmera lenta. Como se o mundo parasse para repensar sobre seus atos.


E o silencio marcava a vinda de uma pessoa que nunca pensara encontrar novamente. Nossos lábios se encontrando por um segundo. Meu rosto corando. Tudo numa fantasia perfeita que duvido alguém querer acordar.

Já não tinha mais medo do escuro.


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Kara tinha me arrumado um vestido. Onde ela encontrara aquele vestido eu não sei. Duvido que ela tenha usado, já que...não faz o estilo dela. Nem o meu.
Era um vestido vermelho sangue de alça nos braços. Eu não sabia como ficar com aquele vestido. Na certa Kara queria realmente se livrar de mim naquela noite. Completando a situação eu tive que usar um salto alto. Onde já se vira isso? Eu já não sabia se tinha que me preocupar como andar, como sentar ou até onde podia abaixar sem alguém não ver o mundo!

E ainda assim lá fui eu com aquela roupa. Kara deu um “tchauzinho” no estilo só volte depois das duas e eu entrei no carro. Kurapika me levou até um restaurante. Ele estava em um terno preto. (OMG), ele falou educadamente para eu escolher o que eu queria comer.

Sorri e peguei o cardápio. Estava meio preocupada em como ele conseguiria pagar aquilo, então ao invés de procurar alguma comida que eu gostasse, me importei com o
preço, por que aliás não conseguia ver nada ali que não fosse menos de 100 dólares.

-Um squid fromage. Oh, o que é isso?- Perguntei ao garçom.

-Uma lula ao queijo senhorita. –Disse- me o garçom.

-Sassá.- Disse Kurapika e tocou minha mão, sem querer minha mão voou para longe da dele.Ele pareceu não ver mal nisso, porém eu fiquei sem jeito.

-Pode escolher o que quiser, não o que você não irá comer.- Ele disse sorrindo um pouco.

-Ah, sim. –Disse sem jeito. E então perguntei na maior naturalidade- Como é que é macarrão em, nessa língua estranha aí? –Perguntei. O garçom foi apto a dizer.

- patês Au fromage senhorita - Ele respondeu.

-Isso mesmo! –Disse.

-Um vinho.- pediu Kurapika. E o garçom saiu de perto.

-Kurapika, posso fazer uma pergunta, se você quiser, vc responde.Pode ser? –Perguntei-lhe.

-Ok.

-Onde você estava esse tempo todo?- Ele fitou algo longe, provavelmente pensando no que me responder. E minha cabeça voou longe, para quando eu tinha cinco anos de idade talvez. Tudo parecia um fleche estonteante e desembaraçado, uma mistura incofensável, meu passado, ou pelo menos uma parte deste na minha frente.

-Eu duvido viver a minha vida sem ele ao meu lado.- Disse a um homem com roupas da realeza e ouro e prata espalhado pelo corpo todo.

-Não digas o que vai se arrepender depois, tens só cinco anos e dessa forma será, terás que aceitar tudo que lhe for imposto. Ele não é seu e nunca será e ele será mandado embora se continuares assim.

-Hmpf.

-Sassá?- E eu acordei de meu transe. Um pouco tonta pela lembrança em minha cabeça.
-Sim.

-Você está bem?

-Sim, estou.- Disse.

-Está mesmo?- Ele perguntou mais uma vez.

-Sim, estou.

-Bem, vou responder a sua pergunta,eu estava em um teste.

-Teste? –Minha cabeça ainda confusa tentava assimilar alguma coisa.

-É.
A comida chegou. Comemos calmamente, e logo após eu entrei no carro, os dois quietos como se o silencio marcasse o fim de uma nova época, ou algo assim.
Ele parou o carro em frente ao seu apartamento.

-É, se quiser pode entrar,ou prefere que eu te leve ao apartamento de Kara?-Ele disse e meu rosto corou um pouco.

-A-acho m-melhor.

-Sim. Ele disse fitando o nada.

-Kurapika.- Chamei.
-Sim. –Ele me olhou por um instante.

-Não me deixará mais Né?

Meu coração disparou com tais palavras, a lua cheia brilhando no céu completando o que nunca tive coragem de dize-lo, mas sempre quis.

-Nunca. Eu não me imaginaria sem você, algo doloroso demais para agüentar.-Nos se aproximamos vagarosamente e por fim nos beijamos.Eu estava amando, e poderia admitir isso a quem fosse. O brilho escarlate dos batimentos, a vida pulsando a cada segundo.
Não vi ao certo, mas ele abriu a porta do carro junto de mim e fechou-a me guiando então para o seu apartamento. Já vivia sem os pés no chão, sem a realidade em dia, sem o mundo brilhando na escuridão. Eu estava amando, naquele momento.
Porém as vezes nada é como queremos ou preferimos. A campainha toca, era difícil pensar que alguém tinha tocado a campainha naquele momento. Kurapika demorou, mas parou de me beijar indo até a porta para abrir. Por esses segundos arrumei o meu vestido.


Kurapika disse então em voz alta:

-Sassá, quero que você conheça algumas pessoas...

-Sim. –Disse me levantando e seguindo ao encontro de Kurapika.



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